quarta-feira, 5 de março de 2008

FUNDOS DE PRECATÓRIOS E CREDITÓRIOS DEVEM GERAR R$ 4 BI

FUNDOS DE PRECATÓRIOS DEVEM GERAR R$ 4.000.000.000,00.

Qua, 09 Abr, 07h39

São Paulo, 9 de Abril de 2008 - O volume de FIDCs (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) lastreados em precatórios - títulos de dívidas que pessoas físicas e jurídicas têm com governos resultantes de cobranças judiciais, deve crescer nos próximos anos impulsionado pelo aumento do interesse dos investidores estrangeiros, principalmente de hedge funds, e de alguns fundos de investimento nacionais.



Só este ano, os FIDCs latreados em precatórios federais devem movimentar cerca de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões, segundo a Oliveira Trust.






A projeção de precatórios securitizados, avaliados pela consultoria Austin Rating, é de R$ 650 milhões a 700 milhões para os cinco primeiros meses deste ano. O STF (Supremo Tribunal Federal) aponta que do estoque de precatórios, 5,48% se referem a dívidas de órgãos federais; 22,33% de dívidas municipais; e 72,18%, de responsabilidade dos Estados. O estoque total está estimado entre R$ 70 bilhões a R$ 100 bilhões.





Já o estoque de precatórios de São Paulo (estadual e prefeituras) é de aproximadamente R$ 23 bilhões, segundo dados de dezembro de 2006, sendo R$1 bilhão já vendido a investidores estrangeiros no ano passado. Só o volume de precatórios do Estado de São Paulo somava cerca de R$ 13 bilhões em dezembro de 2006.O Deutsche Bank registrou no mês passado um fundo de R$ 100 milhões na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo o sócio gerente da Oliveira Trust, Alexandre Lodi Oliveira, os investidores estrangeiros têm se interessado por esse tipo de papel, que em média tem prazo de 10 anos. Ele destaca no entanto, que o investidor deve ficar atento à qualidade e ao risco desse ativo. "Há desde FIDCs que compram precatórios que já iniciaram seu pagamento, como aqueles que investem em títulos que ainda não tiveram aprovada a liberação dos recursos", diz.





A OLIVEIRA TRUST administra cerca de R$ 300 milhões em FIDCs lastreados em precatórios.

Em geral, Oliveira destaca que os precatórios do governo federal costumam ser classificados com um risco mais baixo pelas agências de rating, do que os estaduais e municipais. Quanto mais alto o risco, maior o deságio do ativo.






Alguns bancos têm optado pela compra direta do ativo para incorporar em sua própria carteira. O banco de investimento Merrill Lynch, comprou, no final do ano passado, 40% do precatório da construtora Tratex. Segundo o diretor de operações da BER Capital, Antônio Correa Bosco, muitos investidores estrangeiros costumam comprar emissão de derivativos de crédito, como Credit Linked Notes, gerados a partir desses FIDCs. "Esses FIDCs, chamados de não-padronizados, são voltados para investidores superqualificados, com investimento acima de R$ 1 milhão", afirma.
Ele ressalta que os fundos de investimento nacionais começam a se interessar por esse tipo de FIDC, mas ainda possuem um perfil mais conservador para exposição a risco.






A POLO CAPITAL Capital acabou de realizar a captação de um novo FIDC, Nunavut Precatório, voltado para a compra de precatórios municipais, estaduais e federais. Segundo a gestora do fundo, Daniela Pfeiffer, o fundo poderá comprar precatórios de diversos cedentes, além de investir em algumas ações judiciais que devem gerar precatório. O fundo, segundo Daniela, já está totalmente vendido para um investidor estrangeiro. Ela ressalta, que com a contração da liquidez no mercado internacional, houve uma diminuição do apetite dos estrangeiros por ativos de maior risco. Além desse FIDC, a Polo Capital já havia estruturado o FIDC Polo Precatório, totalmente vendido, no valor de R$ 100 milhões.

(Gazeta Mercantil - Silvia Rosa)


Nenhum comentário: